segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Concursos só virão em 2013,após mudanças

O governo federal está segurando a realização de concursos para cargos no Executivo para acelerar as contratações a partir de 2013, quando o fundo de previdência complementar dos servidores públicos deverá estar funcionando plenamente. A atitude se deve ao fato de que 40% dos servidores federais terão tempo de serviço suficiente para se aposentar em cinco anos e a ideia é contratar os substitutos já pelo novo regime de previdência. “Muitos concursos foram suspensos até que o fundo seja aprovado”, afirmou o secretário do Ministério da Previdência, Jaime Mariz.

O projeto de lei que cria o fundo de previdência complementar dos servidores públicos, que aguarda apreciação pelo Congresso Nacional desde 2007, estabelece que o teto de aposentadoria do funcionalismo público federal será o mesmo que o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que atualmente é de R$ 3.916,20. Ou seja, os servidores que quiserem ter uma aposentadoria superior ao teto do INSS terão que fazer uma contribuição de 8,5% do salário para o fundo por 35 anos.

Deverão ser constituídos três fundos para atender os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os militares não estão contemplados.

VOTAÇÃO

Após dois adiamentos no final do ano passado e um pouco antes do carnaval, a expectativa do governo é de que a proposta seja votada terça-feira, pela Câmara dos Deputados. Na avaliação da equipe da presidente Dilma Rousseff, o projeto não enfrentará grandes resistências no Senado. “No momento em que o fundo for aprovado, a avaliação do país será outra. Além disso, estaremos corrigindo uma injustiça”, frisou Mariz.

O secretário explicou que o déficit dos servidores públicos federais, incluindo os militares, deverá ultrapassar a marca dos R$ 60 bilhões em 2012 para atendimento de um pouco menos de 1 milhão de trabalhadores. Já o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrado pelo INSS, deve ter um resultado negativo de cerca de R$ 39 bilhões neste ano com o pagamento de cerca de 24 milhões de benefícios previdenciários.

DESPESA

Este ano, não deverá haver um aumento substantivo das despesas por conta do fundo porque não é esperada apenas a realização de alguns concursos pontuais, conforme já foi anunciado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Assim que for aprovado, no entanto, o governo terá de fazer um ajuste no orçamento para incluir o aporte de R$ 100 milhões da União para o fundo.

Até 2014, haverá um acréscimo adicional nos gastos públicos de cerca de R$ 30 milhões referente a contribuição da União para os servidores que serão contratados sob o novo regime. Essa estimativa considera o fato de que em média 27 mil servidores são contratados por ano com um salário de cerca de R$ 8,9 mil. Apesar dessa elevação inicial das despesas, a expectativa é de que a União tenha uma economia de mais de R$ 20 bilhões em 2070.

NO CAIXA

R$20 bi de economia até 2070 é a expectativa que a União tem ao segurar os concursos públicos até a aprovação do novo regime previdenciário. (Agência Estado)

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Garoto de 14 anos que faz faculdade nos EUA tem avós brasileiros e torce pelo Inter-RS

Rafael Targino
Do UOL, em São Paulo

  • Arquivo Pessoal

    Moshe torce para o Internacional de Porto Alegre

    Moshe torce para o Internacional de Porto Alegre

O americano Moshe Kai Cavalin, 14, éformado em astrofísica, está terminando a graduação em matemática, pratica artes marciais, acaba de lançar um livro e detesta ser chamado de gênio. Não bastasse, ainda torce pelo Internacional de Porto Alegre, diz que sua frase predileta em português é do ex-governador Leonel Brizola (1922-2004), tem avós brasileiros, acha que a educação do país não deixa os bons estudantes se desenvolverem e pensa em vir ao Brasil assim que terminar o curso.

O estudante tem tripla nacionalidade: americana (ele nasceu na Califórnia), chinesa e brasileira. Em entrevista por e-mail ao UOL Educação, Cavalin ainda arriscou algumas palavras em português e pediu que seus "irmãos brasileiros" visitassem seu site.

UOL Educação: Quando você se forma?

Moshe Kai Cavalin: Ou no outono de 2012, ou no inverno de 2013. Isso depende se eu vou querer ter aulas no verão ou não. No verão, estou pensando bastante em parar um pouco de estudar e fazer algumas coisas que estão na minha lista: tirar minha carteira de motorista, começar a aprender a pilotar um avião, mergulhar e praticar artes marciais.

Sou jovem e não estou com pressa de me formar. Não me preocupo com recordes e, se isso acontecer, é um efeito colateral. Eu ando no meu próprio ritmo e diminuo quando sinto que é hora de ‘sentir o perfume das flores’. Formar-se com 14 ou 15 anos ainda está bom, não?

UOL: Depois de se formar, quais são seus planos?

Cavalin: Eu só tenho 14 anos. Tenho muitas portas abertas e muitas escolhas. Sou como uma criança na loja de doces.

UOL: Você disse que torce pelo Internacional de Porto Alegre. Quem te apresentou o time?

Cavalin: Meu pai. Ele é colorado, botafoguense e Noroeste de Bauru. Imagine só! Eu também, mas colocaria na lista o Real Madri e o Internazionale [de Milão].

Veja fotos do garoto de 14 anos que está terminando faculdade nos EUA

Foto 4 de 7 - "Não gosto de ser chamado de gênio porque não sou. Qualquer um que trabalhe duro, com pensamento firme e coração resistente, vai conseguir mais para um futuro melhor", afirmaArquivo Pessoal

UOL: Você tem alguma frase ou citação predileta em português?

Cavalin: “Coma a sopa quente pelos cantos”, citando o grande Leonel Brizola. (Essa frase é uma lição de vida. Não desista, ataque os problemas com sabedoria e você não se queimará –ficará feliz, satisfeito e nutrido depois de comer uma deliciosa sopa ou ter enfrentado o problema).

UOL: O que você acha do sistema educacional brasileiro?

Cavalin: É muito rígido (não dá espaço para os estudantes brilhantes) e tem poucas escolas (o que não dá oportunidade para todos os brasileiros). Foi o que li sobre ele.

UOL: Seus pais lhe pressionam de alguma forma para estudar? Por exemplo, eles regulam quando você pode ver TV ou praticar esportes?

Cavalin: Não mesmo. Eles tentam me desacelerar. Muitas pessoas criticam meus pais sobre minha [suposta] infelicidade, pela infância perdida e por me “pressionarem”. Eles me ensinaram a sempre estar ocupado com o que eu queria fazer. Ser um “fazedor” e não um “espectador”, assistindo a vida passar. Meu conselho é: não seja invejoso. Trabalhe mais, foque-se e seja resistente e você pode fazer melhor do que eu.

É verdade, não brinquei no parque livremente com outras crianças, mas treinei artes marciais com outras crianças e adultos no parque. Não brinquei de esconde-esconde com outras crianças, brinquei de esconde-esconde no oceano com os peixes e mergulhei em cavernas maravilhosas. Eu fiz carinho e nadei com golfinhos e toquei em estrelas e ouriços do mar no fundo do oceano. Foi uma sensação incrível poder participar desse mundo maravilhoso e silencioso no qual você vê a presença do Todo-Poderoso. Posso ficar comparando muito mais, mas acho que é o suficiente.

UOL: Você não gosta de ser chamado de gênio e diz que o caminho é esforço e foco.

Cavalin: Não gosto de ser chamado de gênio porque não sou. Qualquer um que trabalhe duro, com pensamento firme e coração resistente, vai conseguir mais para um futuro melhor. Não perca tempo com TV e coisas que fazem a vida passar. Você é o “fazedor” e não o observador e, se você começar isso ainda criança, mais longe irá.

UOL: Ser um gênio, então, não faz diferença? Esses são os caminhos do sucesso?

Cavalin: Eu acho que não faz, mas aqueles que são gênios devem usar a genialidade para um mundo melhor. Eu acredito que sabedoria aplicada é preferível à genialidade.

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