quarta-feira, 30 de abril de 2014

Edital para o concurso do TJPA é lançado

Tribunal de Justiça do Pará publica, nesta sexta-feira (2), o edital que regerá o concurso  público para preenchimento de 200 vagas, com oportunidades para os níveis  médio e superior.
Serão 84 vagas para analista judiciário (área/especialidade Direito); 23 para Analista Judiciário (áreas/especialidades diversas como Pedagogia, Psicologia, Serviço Social, Engenharia, dentre outras); 25 para Oficial de Justiça Avaliador; e 68 para Auxiliar Judiciário, além de cadastro de reserva.
As inscrições poderão ser feitas somente via internet, no endereço www.vunesp.com.br, das 10horas do dia 12 de maio às 16 horas de 6 de junho. A data provável de aplicação da prova objetiva é 10 de agosto.
O último concurso público do Judiciário paraense foi realizado em 2009, quando foram ofertadas 235 vagas e cadastro de reserva. Edital para o concurso do TJPA é lançado (Foto: Everaldo Nascimento/Arquivo)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

CEM ANOS DE SOLIDÃO

lágrimas e tatuagem marcam despedida de García Márquez

Umas poucas coroas de rosas de cor amarelo vivo destoavam do branco dominante das flores que decoraram a fachada da funerária García Lopez Casa de Pedregal, região sul da Cidade do México, que recebeu na tarde desta quinta-feira o velório do escritor colombiano, prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, morto por volta do meio-dia desse mesmo dia. Essa era a pouca beleza da despedida, restrita a familiares e assegurada por mais de 40 policiais que tomavam a frente do local.

A atitude dura dos policiais, que desviavam o tráfico local, afastou também o público, resumido a um mar de jornalistas e fotógrafos. Admiradores do escritor, tímidos, eram minoria. Mas uma minoria de olhos marejados, cheios de reverência, saudade e tristeza.

"Sinto que cheguei tarde demais. Não acredito que isso seja real, que esteja acontecendo de verdade." Omar Rivera, de 33 anos, sentou-se na calçada e pôs-se a ler em voz alta um trecho de "Olhos de Cão Azul", livro de contos do escritor. Seu momento catártico por pouco não foi interrompido por policiais. "Ele era uma inspiração, uma força na minha vida", desabafou o físico, fã de literatura. O gosto por livros veio do avô. Começou com "Cem Anos de Solidão", aos 13. Não parou mais. "Sinto como se tivesse perdido alguém muito próximo, sendo que nunca o conheci. Que ironia."

Mais resignadas, a poucos metros nessa mesma calçada, duas garotas seguravam buquês e dividiam um cigarro. As estudantes Karen de Ávila e Luz Vega, ambas de 22 anos, foram as primeiras a chegar. "Seguimos o carro que saiu do hospital com ele", disse Karen, emocionada. "Espero que nos deixem entrar, queremos nos despedir, nem que seja de longe, mas lá dentro."

A amiga já previa a longa espera. "Não temos nenhum lugar para ir. Vamos esperar. É o García Márquez que está lá dentro", apontou, agoniada, para a barreira impassível de policiais, com ar de groupie de rock star. "Ele me ensinou a gostar de ler. Ele me abriu o mundo dele e eu entrei. Não sei se estou preparada para sair." Karen prontamente lhe diz para reler os livros, todos. Ela concorda com a cabeça.

E é Karen que se põe a rir, sozinha. Como quem se lembrou de uma piada irresistível, ela conta: "Eu descobri hoje onde era a casa dele. Nunca tinha procurado saber, mas não poderia imaginar que era na rua pela qual passo todas as manhãs pra pegar o ônibus. Sabe quantas vezes eu passei por aquele portão sem saber quem estava do outro lado?", diz a garota. "E tantas vezes com o livro dele na mochila." A amiga, sem entender, dá de ombros. "Que diferença faz?". Karen não hesita: "Faz diferença, sim. Ele estava perto, sempre. E precisou ele morrer pra eu descobrir. É a cara dele pregar esse tipo de peça..."

Os principais livros de Gabriel García Márquez10 fotos

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Texto: Rodrigo Casarin<br><br>"Cem Anos de Solidão" (1967) - Obra-prima de Gabriel García Márquez, "Cem anos de solidão", de 1967, é um livro superlativo. Traz a saga de diversas gerações da família Buendía na cidade de Macondo. Persiste até hoje como como grande exemplo de Realismo Mágico ou Realismo Fantástico. É se atentar principalmente para as relações familiares e perceber como as histórias, algumas aparentemente absurdas, encontram eco nos rincões da América Latina Leia maisReprodução
Do outro lado da rua, um casalzinho trazia flores amarelas -- ele, Alberto, na gola da camiseta; ela, Beatriz, no cabelo e no casaco. "Era a cor preferida dele", diz Beatriz. A cor também está presente no livro mais famoso de García Márquez, "Cem Anos de Solidão", que faz menção a flores amarelas.

"Esse livro é uma das poucas grandes coisas que temos em comum, e teve participação decisiva na nossa história", conta Beatriz Chávez, 20. O primeiro presente ao hoje noivo Alberto Rojas, 20, foi um exemplar. "Li três vezes, e sigo aprendendo algo novo. Depois dele, li outros, mas esse é o nosso livro", completou Alberto.

Quando souberam do estado frágil do escritor, no ano passado, os jovens decidiram tentar a sorte por um autógrafo. Uma aventura difícil, já que "Gabo", como era carinhosamente conhecido, poucas vezes fazia aparições públicas na Cidade do México, onde veio viver há quase cinco décadas com a esposa Mercedes. Bateram à porta de Márquez, dispostos a convencê-lo. "Ele estava na Colômbia e seu bibliotecário nos atendeu. Fez perguntas e nos disse para deixar um contato e um livro", conta Beatriz. Desconfiados, preferiram deixar o mais recente dele, "Memória de Minhas Putas Tristes" (2004).

Hoje, exibiam o autógrafo, feito com letra torta e visível dificuldade motora, com um misto de orgulho e pena. "Por que não deixamos o nosso livro preferido?!", lamentou Alberto.

Mas Beatriz abre um sorriso enquanto ergue a barra da blusa. Na lateral da cintura, o nome rabiscado do escritor virou tatuagem. "É minha homenagem pra ele. Pra mim, ele segue vivo."

Abraçado pela namorada, Alberto brincou: "Estamos casados pela religião 'garciamarqueana', não podemos nos separar". Mas se por acaso isso acontecer? "Imagina a briga pra ver quem fica com o autógrafo?"

Gabriel García Márquez morreu nesta quinta-feira em sua casa na Cidade do México, aos 87 anos. Em março, ele foi internado na capital mexicana devido a uma infecção nos pulmões e vias urinárias. Depois de 10 dias no hospital, passou a recuperar-se em casa, na região sul de Pedregal. Havia suspeitas de que ele estivesse em tratamento contra câncer, doença que já o havia acometido em 1999.

O corpo de Márquez será cremado na funerária onde é velado. a mesma funerária que ele está sendo velado, na avenida San Jerómino, região sul da Cidade do México. A decisão foi anunciada em frente à casa do escritor por Maria Cristina García, diretora do Instituto Nacional de Bellas Artes (INBA), que confirmou que este foi um pedido da família.
Ainda não há informações sobre o horário da cerimônia, nem detalhes sobre o destino final das cinzas de García Márquez, se ficarão no México, onde viveu as últimas quase cinco décadas, ou serão levadas à Colômbia, seu país natal
O público poderá se despedir do escritor em uma homenagem no Palácio de Belas Artes na segunda-feira (21), às 16h.

Vida e Obra
Considerado o escritor de língua espanhola mais popular desde Miguel de Cervantes, no século 17, García Márquez alcançou celebridade literária que gerou comparações com clássicos das letras universais como Mark Twain e Charles Dickens. Suas obras ficcionais extravagantes e melancólicas --entre elas "Crônica de uma Morte Anunciada", "O Amor nos Tempos do Cólera" e "Outono do Patriarca"-- superaram em vendas qualquer outra publicação em língua espanhola, com exceção da Bíblia.

Divulgação
Capa da edição brasileira mais recente de "Cem Anos de Solidão"

O romance épico "Cem Anos de Solidão" vendeu mais de 50 milhões de cópias em mais de 25 idiomas. Publicado em 1967, é um dos exemplos principais do chamado realismo fantástico e marcou um boom da literatura latino americana que durou duas décadas. A obra narra a saga de gerações da família Buendí e foi "o primeiro romance em que os latino-americanos se reconheceram, que os definiu, que celebrou sua paixão, sua intensidade, sua espiritualidade e superstição, sua grande propensão ao fracasso", disse o biógrafo Gerald Martin à agência Associated Press.

Ao receber o Nobel, em 1982, García Márquez descreveu a América Latina como uma "fonte de criatividade insaciável, cheia de tristeza e beleza, do qual este errante e nostálgico colombiano não é mais que uma fração, destacada pelo destino. Poetas e mendigos, músicos e profetas, guerreiros e malandros, todas as criaturas daquela realidade desenfreada, deixaram pouco a extrair da imaginação, porque nosso problema crucial tem sido a falta de meios convencionais para tornar nossa vida verossímil".

Família enterra jovem na marra em Ananindeua (Foto: CELSO RODRIGUES)

Próprios familiares abriram a cova e colocaram o caixão dentro. O enterro seria adiado por um dia (Foto: CELSO RODRIGUES)
O cemitério público do Girassol, no conjunto Júlia Seffer, em Ananindeua(Pará), foi local de um fato inusitado na tarde deste domingo (20). Familiares e amigos de Cristiano da Silva Flausino, jovem de 19 anos morto na madrugada de sexta para sábado, em Águas Lindas, enterraram o corpo do ente querido por conta própria no cemitério público.
De acordo com Kleberson Flausino, tio do falecido, o corpo do jovem foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) por volta das 23h30 do sábado. Por volta das 7h de ontem, Kleberson se dirigiu ao Complexo Funerário de Ananindeua, próximo à sede da Prefeitura de Ananindeua, para solicitar o enterro do sobrinho. “Quando cheguei lá eles me disseram que não havia possibilidade do sepultamento de mais de três pessoas no domingo e que já haviam atingido esse número e que só poderiam enterrar meu sobrinho na segunda-feira (21) a partir das 14 horas".
Kleberson também alega que enquanto estava no Complexo Funerário, conversou por telefone com uma mulher que teria se identificado como Silvia e era coordenadora do Complexo Funerário. “Ela me falou que nem se fosse a mãe dela que fosse enterrada, ela poderia fazer alguma coisa”, afirma.
Insatisfeito com a situação, Kleberson por volta do meio dia  foi até o Cemitério Público do Girassol, no conjunto Júlia Seffer, para tentar junto à administração uma possibilidade do enterro do seu sobrinho, mas foi informado que a administração não poderia fazer nada sem o aval da Prefeitura, por meio do Complexo Funerário.
No cemitério, ele viu que havia cinco covas recém-fechadas e não três, como o haviam informado no Complexo Funerário. A família decidiu enterrar o corpo de Cristiano da Silva por conta própria no cemitério, mesmo sem autorização da Prefeitura. Kleberson alega que a urgência do enterro tem uma justificativa. “O corpo do meu sobrinho já estava desde a noite de sábado em casa, ele estava todo inchado e fedendo.
Uma vizinha reclamou do mau cheiro. Além disso tudo, hoje de manhã, por volta das 6h, minha família teve que chamar a Polícia porque as pessoas que mataram meu sobrinho queriam invadir a nossa casa para retirar o corpo dele”, declara. A situação deixou parentes revoltados. Para Clísia Flausino, mãe de Cristiano, “tudo é uma enorme burocracia. Como eu vou deixar meu filho apodrecer dentro de casa?”, questiona.
Os familiares saíram com o corpo por volta das 15h30 do bairro de Águas Lindas em direção ao cemitério público do Girassol. O transporte foi feito por uma funerária particular. A família também solicitou que a Polícia Militar fizesse a guarnição do trajeto, com medo que os desafetos do falecido pudessem querer roubar o corpo no meio do caminho.
A mãe de Cristiano não suportou a emoção e desmaiou no momento do enterro. Ela foi levada por familiares para o hospital na van da funerária. (Celso Rodrigues)
Mãe de jovem desmaia na hora do enterro
Crísia Flausino, mãe de Cristiano, não suportou a emoção e desmaiou no momento do enterro, sendo levada por familiares para o hospital na van da funerária contratada pela família. Ao final do enterro Kleberson Flausino declarou que ainda irá atrás do desfecho da situação. “Irei novamente ao Complexo Funerário para verificar a situação dos papéis do enterro".
Por volta das 18h, após a saída dos familiares e amigos de Cristiano, duas viaturas da Guarda Municipal de Ananindeua chegaram no Girassol, onde acompanharam a coordenadora do cemitério até a Central de Flagrantes da Cidade Nova, para registrar boletim de ocorrência por invasão de patrimônio público. Três viaturas da PM acompanharam o percurso. O soldado Paranhas era um dos PMs que acompanhavam os familiares durante o trajeto do enterro. Ele confirmou a tentativa de invasão na casa da família, que resultou inclusive em confronto com a Polícia. “Quando a família acionou o Ciop, nós fomos para lá por volta das 6h da manhã deste domingo e 15 homens armados estavam tentando invadir a casa e tirar o corpo do rapaz de lá. Houve troca de tiros com a Polícia e uma de nossas viaturas foi atingida. A família solicitou e nós viemos aqui dar apoio na segurança deles”, afirmou.
Os próprios familiares de Cristiano Flausino abriram a cova, descerraram o caixão e o cobriram com a terra. Foto: Celso Rodrigues

Os familiares e amigos de Cristiano chegaram ao cemitério por volta das 16h15. Levando suas próprias ferramentas, eles entraram no cemitério, que estava sem nenhum vigilante, e começaram a cavar em uma cova que já havia sido aberta pela metade. A administração do cemitério também não se encontrava no local. Kleberson afirma que chegou a conversar com a administradora logo que chegou, mas ela foi embora minutos depois.
Por volta das 16h30, um carro da Remoção do Complexo Funerário chegou ao local com Érica Santana, coordenadora do Cemitério Público Girassol. Ela informou à equipe do Diário sobre a rotina dos enterrar. “Os enterros ocorrem diariamente de segunda a sexta, sem um número máximo específico. O funcionamento é de 8h às 17h. Porém nos finais de semana são permitidos apenas três enterros por dia porque os coveiros só trabalham até meio-dia”.
Questionada sobre haver cinco túmulos no domingo, quando o limite é três, a coordenadora justifica: “Quando nós temos uma alta demanda no final de semana, permitimos que mais duas covas sejam abertas. No caso das cinco covas aqui presentes as famílias solicitaram o enterro antes da família do senhor Kleberson, mas o enterro do sobrinho dele foi agendado para segunda-feira (21) a partir das 7h da manhã”, relata.
Por telefone, a equipe do Diário do Pará conversou com a coordenadora do Complexo Funerário, Silvia Brito, ocasião em que declarou que não conversou com Kleberson Flausino, mas confirmou o agendamento do enterro para segunda-feira (21). “Esta é uma situação constrangedora para nós e a família. Nós não nos recusamos a atender a família do senhor Kleberson, cujo enterro ficou marcado para segunda (21). Os sepultamentos ocorrem nos finais de semana até às 12h. Houve um erro da empresa particular contratada pela família que trouxe o corpo para ser enterrado hoje”.
Sobre a atitude da família, Silva disse que vão “fazer um boletim de ocorrência junto à Polícia contra os envolvidos por invasão de patrimônio público”. Por volta das 17h30 o corpo de Cristiano começou a ser enterrado pelos familiares e amigos. Aglomerados ao redor da cova, o momento de descida do caixão pelos próprios familiares foi acompanhado de lamentos e choros. 
(Rafael Alencar/Diário do Pará)
 

Trajetória do escritor Gabriel García Márquez36 fotos

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1956 - Gabriel García Márquez (esq.) e o poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) em Paris. Gabriel García Márquez descobriu sua veia literária ao ler "A Metamorfose", de Kafka. "Eu não sabia que era possível fazer isso, mas, se assim for, eu estou interessado em escrever", disse ele Leia mais Reprodução
Biografia
Gabo, como era carinhosamente chamado, nasceu no dia 6 de março de 1927, em Aracataca, na Colômbia. Criado pelos pais de sua mãe, cresceu ouvindo as histórias de seu avô, Nicolas Márquez, veterano da Guerra Civil colombiana, enquanto sua avó, Tranquilina Iguarán, costumava lhe contar lendas que misturavam fantasia e realidade. Essas narrativas foram fundamentais para que mais tarde o garoto se tornasse escritor.

As histórias de seus avós se tornariam também material para a ficção de García Márquez, e Aracataca inspirou Macondo, a vila cercada por plantações de banana no pé das montanhas da Sierra Nevada, onde "Cem Anos de Solidão" se passa. "Minha família me contou muitas vezes que comecei a recontar histórias e coisas assim quase desde que nasci", contou García Márquez em uma entrevista. "Desde que comecei a falar".

Enquanto atuava em jornais, esboçou os seus primeiros contos e uma extensa reportagem sobre o sobrevivente de um naufrágio na costa colombiana resultou no livro "Relato de um Náufrago", hoje tido como um exemplo de bom jornalismo literário. Ao lado de escritores incluindo Norman Mailer e Tom Wolfe, García Márquez também foi um pioneiro da narrativa de não-ficção que se tornaria conhecida como New Journalism ou Novo Jornalismo.

Pobre e esfarrapado durante grande parte de sua vida adulta, García Márquez foi transformado por sua fama e riqueza tardias. Um "bon vivant" com personalidade travessa, o escritor era um anfitrião gracioso, que contava histórias longas, com animação, para os hóspedes. Ferozmente protetor de sua imagem, uma característica compartilhada por sua esposa, ele ocasionalmente se rendia a um temperamento explosivo quando se sentia menosprezado ou deturpado pela imprensa.

O homem político
Como muitos escritores latino-americanos, García Márquez transcendeu o mundo das letras. Desde cedo, Gabo tornou-se um herói para a esquerda latino-americana, aliando-se cedo ao líder revolucionário cubano Fidel Castro e criticando as intervenções violentas de Washington, do Vietnã ao Chile. Seus textos perfilaram o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, além de retratarem como traficantes de cocaína liderados por Pablo Escobar abalaram o tecido social e moral de sua Colômbia natal, sequestrando membros da elite, tema de "Notícias de um Sequestro".

A escrita de García Márquez foi constantemente informada por seus pontos de vista esquerdistas, forjados em grande parte por um massacre de militares a trabalhadores bananeiros em greve contra a United Fruit Company (mais tarde, Chiquita) em 1928, perto de Aracataca. Ele também foi muito influenciado pelo assassinato, 20 anos mais tarde, de Jorge Eliécer Gaitán, candidato presidencial esquerdista em ascensão.
Ao longo da vida, García Márquez recusou ofertas de postos diplomáticos e tentativas de o lançar à presidência da Colômbia, embora tenha se envolvido nos bastidores das negociações de paz entre o governo da Colômbia e os rebeldes de esquerda.

Os últimos anos
Os últimos anos de vida de Gabo foram marcados por relatos sobre problemas de memória , que não foram confirmados oficialmente. As aparições públicas de García Márquez também foram mais escassas, apesar de ele continuar a socializar com amigos.

Em março deste ano, quando fez 87 anos, o escritor foi homenageado diante da imprensa por amigos e simpatizantes, que lhe deram bolo e flores do lado de fora de sua casa, em um bairro de elite na Cidade do México. Na ocasião, o autor mostrou-se sorridente, recebeu presentes e tirou fotos, mas não falou com os jornalistas. Nos últimos anos, restringiu ao máximo suas aparições em público e declarações por motivos de saúde.

Cientistas descobrem o primeiro pênis feminino

Cientistas descobriram, no Brasil, espécies de insetos em que as fêmeas têm pênis e os machos, vaginas

Cientistas descobriram no Brasil quatro espécies de insetos em que as fêmeas têm pênis e os machos têm vagina. O artigo, publicado no periódico científico Current Biology, documenta pela primeira vez um pênis feminino no reino animal.
Ao contrário da crença popular, a presença ou ausência de órgão sexual não indica se o animal é macho ou fêmea. Os biólogos detectam o sexo de cada um pelo tamanho dos gametas.
Segundo a regra, a fêmea contribui com o maior gameta (célula sexual), enquanto o macho tem o menor. Nesse caso, apesar de ter um pênis, o inseto tem o gameta maior, o que indica que se trata de uma fêmea.
O estudo descreve quatro espécies relacionadas ao gênero Neotrogla. Os insetos, que têm cerca de 4 milímetros de comprimento, foram descobertos em 2010 por Rodrigo Ferreira no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Itacarambi, na região norte de Minas Gerais.
À primeira vista eles parecem normais, pois são parecidos com os outros insetos das cavernas na região. Mas na hora de acasalar, a fêmea introduz seu pênis na vagina do macho em um acasalamento que dura de 40 a 70 horas.
Agora, os pesquisadores vão coletar o genoma desses insetos para comparar com uma espécie parecida. A esperança é que a informação ajude a ciência a entender como o desenvolvimento de um pênis feminino aconteceu.

Morre Gabriel García Márquez - 8 vídeos







quarta-feira, 9 de abril de 2014

POLITICOS ÚNICA CATEGORIA QUE NÃO GREVE NO BRASIL,TEM MUITO DINHEIRO SEMPRE

 UNICA CATEGORIA QUE NÃO FAZ GREVE POIS TEM DINHEIRO CONSTANTEMENTE SEM ESFORÇO. OLHA O EXEMPLO:
A Polícia Federal interceptou comunicações do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, que mostram não ter se limitado a diretórios e deputados o repasse de recursos a políticos no ano de 2010. Um funcionário com mais de dez anos de serviços prestados ao PP no Congresso em postos-chave aparece em um e-mail enviado ao doleiro como beneficiário de um depósito de R$ 25 mil. Ivan Vernon Gomes Torres Júnior trabalha na segunda secretaria da Câmara, ocupada por Simão Sessim (PP-RJ).
Documentos apreendidos pelos investigadores e revelados na segunda-feira, 7, pelo Estado mostram a intermediação por Youssef de doações de R$ 4,640 milhões de fornecedores da Petrobrás a diretórios do PP e do PMDB. Há ainda novas pistas que podem elevar em mais R$ 2,7 milhões os recursos distribuídos em ano eleitoral.
Youssef, segundo a investigação, atuava em parceria com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal indicado pelo PP e que tinha amplo trânsito com PMDB e PT. Ele também está preso.
O nome de Ivan Vernon aparece em um e-mail recebido pelo doleiro no dia 22 de dezembro de 2010. O interlocutor não foi identificado. O título da correspondência é “número das contas”. O assessor tem a sua conta no Banco do Brasil detalhada com a descrição de um repasse de R$ 25 mil. Os investigadores ressaltam no documento o fato de ele trabalhar na Câmara.
Consta na mesma lista o ex-presidente do PP, Pedro Corrêa – preso por sua condenação no processo do mensalão -, como beneficiário de outros R$ 20 mil.
Demissão - Nesta terça, depois de procurado pelo Estado, o deputado Simão Sessim informou que a nomeação de Ivan deve-se à deputada Aline Corrêa (PP-SP) e que vai demiti-lo.
O assessor trabalhou com Pedro Corrêa diretamente de 2003 a 2006. Com a cassação do deputado, foi para a liderança do partido. Na data do e-mail, o líder era João Pizzolatti (SC). Em 2012 o deputado ficou lotado na segunda vice-presidência, comandada por Eduardo da Fonte (PE), hoje à frente da bancada do partido. Desde março de 2013 Ivan Vernon consta na lista de funcionários da segunda secretaria, ocupada por Sessim. Em março deste ano, seu salário bruto foi de R$ 7,2 mil.
‘Indicação’- O segundo secretário disse que a nomeação do funcionário era de responsabilidade da colega. “Ele é uma indicação da bancada através da deputada Aline Corrêa. O cargo na Mesa é do PP. Eu sou apenas o representante. Os outros deputados ajudam a montar o gabinete.”
No gabinete de Aline Corrêa, a informação é de que ela não estava em Brasília na noite de ontem e não havia como localizá-la. Pizzolatti não retornou às ligações. Eduardo da Fonte diz que despachou poucas vezes com o servidor e que a indicação era de Pedro Corrêa. “Não tenho relação nenhuma com esse Youssef”, afirmou o atual líder. Ivan foi procurado em seu local de trabalho e por e-mail, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem.
O Estado mostrou anteontem que Youssef intermediou contribuições da empreiteira Queiroz Galvão e da Jaraguá Empreendimentos, ambas fornecedoras da Petrobrás, ao diretório nacional do PP, as seções regionais da legenda na Bahia e em Pernambuco e os deputados do partido Nelson Meurer (PR), Roberto Teixeira (PE), Aline Corrêa (SP) e Roberto Britto (BA).
O diretório do PMDB de Rondônia, controlado pelo presidente nacional em exercício, senador Valdir Raupp, também aparece na lista.fora as doações de jogo de bingo, do bicho e outros.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

abril de 2014 só 5% de reajuste 110% para todos

reajuste de 110% para todos os servidores vamos cobrar em 2014,2015,2016,2017,2018.
 a greve relampago , tomaram estradas, blitz nas principais avenidas, pontes, aeroportos e quarteis para ver se o governo negocia o reajuste de 100%.
Os policiais militares ainda esperam por uma negociação com o Governo do Estado para discutir melhores condições de trabalho e o reajuste igual para todos militares. 
Ontem, por meio do Comando Geral da PM, o governo apresentou, durante uma coletiva com a imprensa, uma proposta que exclui o reajuste salarial de 11% reivindicado pelos praças – mas que foram concedidos aos oficiais da corporação.
A manifestação em frente ao 6º Batalhão, na rodovia BR-316, em Ananindeua, entrou para a noite e deve continuar até que o governo negocie diretamente com o movimento. O trânsito na via ficou lento no local, pois a cada 20 minutos os manifestantes bloqueavam a pista, no sentido Belém.
De acordo com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Política Militar e Bombeiros, Cabo Francisco Xavier, hoje pela manhã, será realizada uma assembleia, em frente ao 6º Batalhão para discutir os rumos do movimento. Até às 0h, eles ainda não haviam sido notificados oficialmente da proposta apresentada pelo governo. “Não recebemos nada, mas são os praças que irão decidir se aceitam ou não as propostas que forem apresentadas”, disse.

PAUTA
Além do reajuste salarial de 11%, a tropa também exige que nenhum seja punido por participar das manifestações.
De acordo com o coronel Daniel Bentes, o governador autorizou ao comando a negociar apenas o pagamento de 100% do risco de vida aos praças e a cobertura em contracheque do auxílio-fardamento correspondente ao valor do soldo de um 3° sargento, equivalente a R$ 800,00. Sobre a punição aos militares que participam das manifestações, Bentes informou que será aberto um processo para apurar a participação de cada um dos praças, que irão responder conforme com suas ações.
O comandante defendeu a manutenção do reajuste somente aos oficiais, justificando que o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa tentou corrigir uma distorção que havia na remuneração dos oficiais. “A diferença salarial entre o soldado e o coronel era muito grande. O abono aos praças já foi dado e agora é a vez dos oficiais”, afirmou Bentes. Segundo ele, desde 2005, o soldo dos praças foi reajustado em cerca de 395%, enquanto que o dos policiais ficou em 160%.
O comandante-geral informou ainda que o Governo decidiu lançar edital, o qual fixará a progressão funcional de cabos e soldados para sargento.
Permanece sem desfecho a reunião iniciada na manhã desta sexta-feira (4), na sede da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), em Belém, onde policiais militares negociam com os deputados as reivindicações de soldados, cabos, sargentos e subtenentes - a categoria dos praças.

De acordo com os militares que participam da reunião, o debate foi paralisado temporariamente a pedido do governo, que deve apresentar uma resposta até o final da tarde de hoje. "O porta voz do governo, deputado José Megale, afirmou que até o final da tarde teremos uma resposta, só não sabemos se nos favorecerá."
PMs fecham o trânsito no sentido Ananindeua-Belém (Foto: Melissa Noguchi/Facebook)
No encontro, os parlamentares Edmilson Rodrigues (Psol), Carlos Bordalo (PT), José Megale (PSDB), Josefina Carmo (PMDB), Raimundo Santos (PEN) e Márcio Miranda (DEM) discutem com as associações dos militares do Pará os termos das reivindicações.

Após as manifestações realizadas na tarde desta quinta-feira (3), a reunião delibera sobre mais dois pontos, além da isonomia salarial, que são o afastamento do atual comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar e a garantia de que os manifestantes não serão retaliados.

Segundo informações, o deputado José Megale afirmou durante a reunião que o governo admitiu não ter tido eficiência no estabelecimento do reajuste, e que será difícil estender o aumento de 110%, em quatro anos, aos praças. 
Outra afirmação do porta voz é que o governo não pretende retirar o comandante do 6º Batalhão, mas garantiu que não haverá retaliações.

A manifestação contra o aumento escalonado de 110% para os oficiais - cuja emenda que estenderia o mesmo reajuste aos praças foi negada pelos deputados -começou na tarde desta quinta-feira (3) e tem adesão de outras corporações, segundo a categoria, em todo o Estado. 

Mobilização da PM diz que não houve proposta

Sábado, 05/04/2014, 00:06:14 - Atualizado em 05/04/2014, 00:06:14
Os praças da Polícia Militar (soldados, cabos e sargentos) continuam aquartelados no 6º BPM, onde passarão a noite desta sexta-feira (4).
“O movimento ganha força e estamos cientes da nossa posição e de que a nossa reivindicação é justa”, afirma o sargento Aelton.
Segundo ele, oficiais de outros municípios como Itaituba, Santarém, Marabá, Castanhal, Paragominas e Tucuruí também aderiram ao movimento na noite de hoje e estão aquartelados nos respectivos batalhões.
Sobre a notícia divulgada pela Polícia Militar de que os PMs já conquistaram 100% de insalubridade e auxílio fardamento de R$798, o sargento informa que a informação não procede. “Na reunião realizada na tarde de hoje, o deputado [José] Megale foi representando o Governo e não apresentou nenhuma proposta objetiva”, explica. “Soubemos que um comandante da PM havia reunidos alguns praças para informar deste acordo que não existe. É apenas para desmobilizar o movimento”, esclarece.
Segundo ele, a notícia de punição aos participantes da mobilização faz parte da “guerra psicológica” do Governo do Estado. “Estamos tranqüilos e querendo negociar, mas o governador Jatene se mostra intransigente”, diz.
Entre as reivindicações dos PMS está a troca do Comandante do 6º BPM, o reajuste salarial aprovado pela Assembleia Legislativa e a não retaliação dos participantes da mobilização.
A reunião entre entidades da sociedade civil e militares aquartelados no 6º Batalhão de Polícia Militar, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, terminou no início da noite desta segunda-feira (7). Duas petições serão apresentadas sobre o caso.

Na conversa, a Ordem dos Advogados do Brasil, sessão Pará (OAB/PA), decidiu que vai formalizar a petição para que a Justiça não acate o pedido do promotor de justiça militar Armando Brasil que pediu a prisão preventiva de 23 policiais militares que fazem parte do movimento.

Segundo os advogados, a medida é para evitar o confronto entre militares e evitar o derramamento de sangue entre as partes.

A segunda petição acionará o secretário estadual de segurança pública Luís Fernandes Rocha e o governo do Estado para abrir um canal de negociações com os militares.
Para o sargento Haelton Costa, do Corpo de Bombeiros, a aproximação com outras entidades foi considerada positiva. "Cem por cento positiva. Tivemos entidades de defesa dos direitos humanos e a Ordem dos Advogados solidários a nossa causa, o que mostra que o nosso movimento é forte e legítimo", comemorou.

No encontro estiveram representantes da OAB, sindicatos dos jornalistas, dos professores, servidores públicos federais, sociedade dos direitos humanos e outras entidades de classe. 
Os protestos de militares em todo o Pará chegou hoje ao final do 5º dia. As manifestações foram iniciadas na última quinta-feira (3/04/2014), após aprovação de um reajuste de 110% aos policiais que não chegou a categoria dos praças.
(DOL com informações de Dinan Laredo/RBATV)Uma reunião agendada para ocorrer na tarde desta terça-feira (8/4/2014) vai discutir a situação da crise na segurança pública e um possível acordo do Governo do Estado com policiais militares do Pará.
O promotor de Justiça Militar Armando Brasil, o secretário estadual de segurança pública, Luís Fernandes Rocha, e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil foram convocados em caráter de urgência para participar do encontro, que ocorrerá na Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). De acordo com a Segup, deputados estaduais e representantes das associações de militares também foram chamados.
Segundo o sargento Bombeiro Militar, Haelton Costa, um grupo de militares participará da reunião.
O promotor Armando Brasil adiantou ao DOL que os 23 pedidos de prisão preventiva dos militares que participam do comando das manifestações ainda não foram formalizados. "Isso dependerá do resultado da reunião", afirmou.
PRISÃO PREVENTIVA
O nome do sargento Bombeiro Militar, Haelton Costa, foi incluído, na manhã de hoje, na lista dos militares que podem ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. De acordo com o militar, o nome dele não constava na primeira lista pelo fato de ser do Corpo de Bombeiros e a solicitação teria de vir do Comando Geral. A informação foi confirmada por advogados.
(Kleberson Santos/DOL)

Policiais militares encerram paralisação após seis dias

Termo de compromisso foi assinado com o governo do Estado. Pedidos de prisões serão retirados por promotor  Após cinco horas de reunião com representantes do Governo do Estado e mais outras de assembleia entre a categoria, os policiais militares, que paralisaram o serviço por seis dias, decidiram por fim ao movimento na noite desta terça-feira (8).
Eles acataram a solicitação do Governo do Estado, que assinou com eles um termo de compromisso, criando uma comissão que irá estudar e discutir a remuneração dos praças. "Além disso, eles irão pagar nossos 100% sobre o risco de vida e se comprometeram a enviar, em maio, um projeto para a Câmara para aprovar o percentual de reajuste equivalente ao dos oficiais", informou o cabo Campelo, vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados do Pará. Outro "avanço", segundo Campelo, foi a exoneração do comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, em Ananindeua.
Pedidos de prisão - Na segunda-feira (7), o promotor Armando Brasil, do Ministério Público Estadual, pediu a prisão preventiva de 23 Policiais, acusados de serem os 'líderes' das manifestações na região metropolitana. Já nesta terça-feira (8), ele solicitou a prisão de outros 20, desta vez do interior do Estado. Mas, durante a reunião com governo e representantes dos trabalhadores, ele prometeu que 'revogaria o pedido' caso a paralisação encerra-se imediatamente, o que aconteceu.
Os praças da Polícia Militar decidiram encerrar a paralisação no Pará, que já completava seis dias nesta terça-feira (8). Os PMs devem retornar aos seus postos já nesta quarta-feira (9).
Por quase cinco horas, uma reunião entre o Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Luiz Fernandes, e os policiais militares das Associações de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros e da Associação de Sargentos e Subtenentes, discutiu as revindicações da categoria.
Após a reunião, os representantes da Associação de Sargentos e Subtenentes levaram a proposta do Governo para ser debatida com os militares presentes no 6º Batalhão da PM.
Entre as conquistas dos praças está 20% da gratificação por risco de vida, a fim de complementar os 100% da vantagem, em novembro deste ano; auxílio-fardamento anualmente para subtenentes e sargentos, após aprovação de lei específica, também em novembro ou dezembro de 2014.
Já quanto a política salarial, uma comissão integrada pelos poderes Executivo e Legislativo, Dieese e entidades de classe dos militares estudará as propostas. Uma primeira reunião já está marcada para 15 de maio. A comissão também reavaliará a substituição do ticket alimentação por etapa alimentar ou outra denominação, podendo ser reajustado o valor e ser pago no contracheque.
Os praças conseguiram a transferência do comandante do 6º BPM - que irá para o Batalhão do Marajó - e a não retaliação aos participantes do movimento. O pedido de prisão preventiva também será revogado. 
(DOL com informações de Dinan Laredo/RBA TV)